Novos desafios para o controlo da epidemia de febre amarela em Angola
Luanda, 23 de Março de 2016 – Dois meses depois da confirmação dos primeiros casos de febre amarela no municipio de Viana, na Província de Luanda, as autoridades angolanas e os parceiros da saúde enfrentam novos desafios criados com a notificação de transmissões locais em outras províncias do país. Apesar dos esforços desenvolvidos desde a confirmação dos primeiros casos a 21 de janeiro de 2016, dez das dezoito províncias de Angola continuam a notificar casos até esta data, totalizando no total 459 casos confirmados e 178 mortes.
Casos suspeitos de febre amarela importados de Angola foram também notificados pela RD Congo, Quénia e China. A Namibia e a Zâmbia encontram-se neste momento em estado de alerta máximo por causa da actual epidemia de febre amarela em Angola.
Para fazer face à epidemia, Angola havia elaborado um Plano Nacional de Resposta e um total de 6.4 milhões de pessoas da província de Luanda foram contemplados por um plano de vacinação massiva contra a febre amarela. Até à data, 87% desta população alvo foi vacinada e 7.355 milhões de doses de vacina contra a febre amarela foram enviadas para o país, com o apoio da OMS, do ICG (Grupo de Coordenação Internacional para o fornecimento da vacina da febre Amarela) e de países como o Brazil e o Sudão do Sul.
Com o novo cenário criado pela transmissão local fora daprovíncia de Luanda, as autoridades nacionais e os parceiros da saúde precisam agora de rever o actual Plano Nacional de Resposta, identificar as acções criticas e reforçar todas as componentes da resposta, incluindo a advocacia ao mais alto nível para o aumento de fundos e a cobertra vacinal em todas as províncias afectadas; melhorar a investigação de casos e a vigilãncia epidemiológica e intensificar as actividades de mobilização social, por forma a travar o alastramento dos casos de febre amarela tanto dentro como fora das fronteiras de Angola. Uma outra acção a ser tomada será o envio de equipas de investigação epidemiológica para áreas em que a transmissão local foi notificada.
Relevantes parceiros da saúde, (tais como o UNICEF, CDC/Atlanta, Grupo CORE, Médicins Sans Frontières, Medicos del Mundo, a Cruz Vermelha Nacional, instituições religiosas, Forças Armadas, Polícia nacional, organizações de base comunitária assim como outros parceiros nacionais e internacionais) continuam a conjugar esforços diários, para vencer estes novos desafios, incluindo em áreas como a comunicação e mobilização social.
Dezenas de voluntários da Cruz Vermelha de Angola e de outras organizações de base comunitária participam activamente em acções de comunicação inter-pessoal nas áreas de maior risco. Desde a confirmação oficial da actual epidemia de Febre Amarela, a 21 de janeiro de 2016, a OMS reforçou o seu apoio técnico ao país, enviando 65 peritos para áreas críticas como a coordenação da resposta, vigilância epidemiológica, investigação de casos, pesquisa entomológica, logistica, análise laboratorial, luta anti vectorial, gestão de dados, informática e mobilização social.
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